sexta-feira, 21 de maio de 2010

SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O DESCASO COM SAÚDE PÚBLICA NO CEARÁ: Posto de saúde no Meireles aplica vacina com validade vencida

Fortaleza - CE, 21 de maio de 2010.

Edição nº 245


SOS DIREITOS HUMANOS denuncia o descaso com saúde pública no Ceará, veja matéria a seguir:



Paz e Solidariedade,



Dr. Otoniel Ajala Dourado
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
Presidente da SOS DIREITOS HUMANOS
Editor-Chefe da Revista SOS DIREITOS HUMANOS
Membro da CDAA da OAB/CE
Especialista em Psicologia Jurídica
Perito Forense Computacional

TAGS: Psicologia Jurídica, Perito Forense Computacional, Direito criminal, homicídios, assassinatos, farmácia pague menos, STJ, Sítio Caldeirão, dia das mães, dia da mulher, beato paraibano e negro José Lourenço, crime de genocídio cometido pelo Exército e Polícia Militar do Ceará em 1937, cova coletiva com 1000 vítimas do regime getulista desaparecida na Chapada do Araripe, no local conhecido por Serra do Cruzeiro, município de Crato, Ceará, Brasil.



REPORTAGEM-PROVA:

ROTAVÍRUS

Posto de saúde aplica vacina com validade vencida

21/5/2010

Os gestores do Centro de Saúde e da Sesa reconhecem que a aplicação fora da validade foi um erro

A autônoma L.M.S, 39 anos, só não pensou que, ao imunizar seu filho N.M.S., de dois meses, poderia causar preocupações para toda a família. Na última quarta-feira, após levar seu bebê para se vacinar no Centro de Saúde Meireles, percebeu no selo, anexado ao cartão de vacinação, que a dose contra o rotavírus estava vencida, desde o mês passado. Segundo reconhecem os gestores, o fato aconteceu por erro da unidade e, com base nos registros, ela foi a única criança a tomar a dose, cujo lote venceu em abril.

"Quando cheguei em casa, depois da aplicação, resolvi conferir o cartão, que tinha o registro das três vacinas que ele tomou. Nessa hora, percebi que a do rotavírus, justo a única que eles pregam o selo, estava com a data de validade vencida. Fiquei muito preocupada. Liguei para o posto, eles disseram que isso nunca tinha acontecido", recordou a mãe.

Porém, para a autônoma, a enfermeira poderia ter mostrado a vacina que seria aplicada na criança. Por isso não ter acontecido, ficaram as dúvidas se as outras duas vacinas, a tetravalente e a contra a poliomielite, também estavam vencidas. E, mais angustiante para a mãe, se o bebê teria alguma reação ou problemas de saúde.

"A pediatra me indicou que ficasse observando ele. Até agora, ele está com moleza, febre e dormindo muito, desde ontem", desabafou.

Conforme a pediatra Ana Paula Silton, mestre em Saúde da Criança e do Adolescente, em geral, as vacinas têm um prazo de tolerância de até seis meses além da validade. Até então, a dose passa a fazer efeito. "Na maior parte dos casos, não causa nenhum prejuízo", diz.

No entanto, se ultrapassar esse prazo "extra", como explica, é possível que não haja imunização da criança e pode haver a manifestação dos sintomas contra os quais a vacina age.

A responsabilidade da unidade de saúde também foi reconhecida pela coordenação de enfermagem do Centro de Saúde e pelo coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Manoel Fonseca.

De acordo com Lúcia Caminha, chefe de enfermagem da Centro, e Célia Soares, enfermeira do setor de imunização, o fato foi uma "fatalidade" e nunca havia ocorrido no local. "Foi uma inobservância nossa, reconhecemos", declara Lúcia. Já Célia esclarece que no início do mês, a unidade recebe o lote de vacinas para o mês e para os meses seguintes. No caso do rotavírus, a cartela apresenta cinco vacinas, já com as seringas.

Segundo antecipou Manoel Fonseca, essa situação não é comum às unidades de saúde. "Foi uma falha mesmo", diz. A responsabilidade, como atribuiu, "é da sala de vacinação do posto, pois cabe aos profissionais anotarem o lote de fabricação e validade, quando as vacinas são distribuídas pelo Município".

Por isso mesmo, será feita investigação a respeito do lote e a Prefeitura de Fortaleza será avisada do ocorrido, embora a responsabilidade nesse caso, como frisou, não seja do poder municipal.

"A vacina é um vírus vivo. Então, tem validade além do limite estabelecido. Efeito colateral, provavelmente não. Mas, daqui a 60 dias, o bebê terá que tomar outra dose. Se a mãe quiser ter certeza mesmo de que houve a imunização, basta daqui a três meses solicitar o exame no Laboratório Central do Estado (Lacen)", disse.

INFLUENZA A
MS amplia vacinação para crianças de 2 a 4 anos de idade


A campanha de vacinação contra a gripe A (H1N1), que começou no dia 8 de março, deve continuar até o dia 28 de maio, agora com a inclusão de mais um grupo prioritário: as crianças de dois a quatro anos de idade. De acordo com o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Manoel Fonseca, o Ceará deverá receber ainda hoje, 470 mil doses, sendo que 117 mil serão destinadas para Fortaleza. A meta é iniciar a imunização desse novo grupo a partir da próxima segunda-feira. "Só se a vacina não chegar hoje. Até, no máximo, terça-feira, vamos começar a vacinar".

Com relação aos outros grupos, a vacinação deve continuar. Em Fortaleza, todos os 92 postos de saúde vão oferecer a vacina nesta sexta-feira e no sábado. Os idosos, portadores de doenças crônicas e grávidas que ainda não foram vacinados também podem procurar as unidades de saúde. É importante lembrar, diz a coordenadora da vacinação na Capital cearense, Vanessa Solnapelle, que as crianças com mais de seis meses e menos de dois anos devem tomar a segunda meia dose da vacina, trinta dias depois da aplicação da primeira.

Até agora, o Ceará vacinou 2.216.639 pessoas contra a influenza A (H1N1). O número representa 56,49% da meta de vacinação de 4.044.583 pessoas dos grupos prioritários estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Oficialmente, a campanha de vacinação contra a gripe A termina hoje, mas, no Ceará, a Secretaria da Saúde do Estado já definiu que a vacinação continuará até que todos os grupos prioritários cumpram a meta de 80% de cobertura.

Dos oito grupos prioritários, quatro cumpriram suas metas de imunização no Ceará. Com 95.624 doses aplicadas, os trabalhadores em saúde atingiram a marca de 111,87% de imunização. O grupo formado pelos indígenas cumpriu 84,91% da meta, com 18 mil 303 vacinados.

Os portadores de doenças crônicas com mais de 60 anos receberam 198 mil 447 doses da vacina, com 123,05% de cobertura. Foram vacinadas 200 mil crianças maiores de seis meses e menores de dois anos, com cobertura de 99,97%.

Ainda faltam cumprir as metas de imunização dos grupos formados pelas gestantes, que atingiram 58,74% de cobertura, com 90 mil 031 doses aplicadas, os portadores de doenças crônicas com menos de 60 anos, com 50,58% de cobertura e 386 mil 163 doses aplicadas, os adultos de 20 a 29 anos, com 69,88% de cobertura e 1.143.935 doses aplicadas, e os adultos de 30 a 39 anos, com 24,20% de cobertura e 291mil 886 doses aplicadas.

Dados

Em 2010, de acordo com a última nota técnica da Sesa, divulgada dia 14 passado, foram notificados 175 casos suspeitos de Influenza A no Ceará. Destes, 140 ou 82% deles residem em Fortaleza, em 69 diferentes bairros e outros 35 - representando 18% - residem em 18 municípios do Interior do Estado.

O sexo feminino representou 70% dos casos notificados. Sendo que 40% concentram-se na faixa etária de 20 a 39 anos. Vinte e sete casos foram confirmados por laboratório.


JANINE MAIA E LEDA GONÇALVES
REPÓRTERES

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