domingo, 18 de abril de 2010

CASO LUZIÂNIA: JUSTIÇA FOI FEITA OU O ESTADO BRASILEIRO MAIS UMA VEZ FALHOU? Principal suspeito de mortes em Luziânia é encontrado morto em cela

Fortaleza - CE, 18 de abril de 2010.

Edição nº 198

No Brasil o Judiciário demora para tomar decisões, e muitas vezes quando toma, o faz errado, e isto tem suas consequências, como no caso do pedófilo de Luziânia - Goiás.

O Estado brasileiro cada dia mais erra indo e vindo, pois quando o Judiciário demora a proferir sentenças, comete assim injustiças, e quando expede mandado de prisão e não garante a segurança de um acusado e ele é morto ou "suicidado" dentro de uma delegacia, presídio etc. , também comete uma falta gravíssima, porque estamos em um Estado de Direito, onde não há pena de morte oficial (apenas extra oficial), onde mesmo aqueles indivíduos mais periculosos precisam de ressocialização, ou de, no mínimo, o afastamento total da sociedade por um período determinado por lei e por laudos psicológicos ou psiquiátricos.

É um perigo tremendo ocorrer mortes dentro dos presídios e cadeias, porque da mesma forma como a polícia e o Judiciário não garantem a segurança de presos que cometeram pequenos delitos como furto de gêneros alimentícios - que muitas vezes são violentados, estuprados dentro de celas nas caladas da noite - , também não garantem a vida de presos violentos, que constantemente são "suicidados" como forma de última aplicação penal feita por tribunais paralelos internos do Sistema Penitenciário, sem qualquer direito de defesa ou de apelação.

Leia a matéria abaixo e reze ou ore para jamais cair em uma delegacia ou cela de presídio porque a noite é longa, os parceiros de celas são tenebrosos e você não terá nenhuma autoridade para defender seus direitos internacionais de preso.


Paz e Solidariedade,



Dr. Otoniel Ajala Dourado
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
Presidente da SOS DIREITOS HUMANOS
Editor-Chefe da Revista SOS DIREITOS HUMANOS
Membro da CDAA da OAB/CE
www.sosdireitoshumanos.org.br
sosdireitoshumanos@ig.com.br


REPORTAGEM-PROVA:


Principal suspeito de mortes em Luziânia é encontrado morto em cela

O pedreiro Adimar Jesus da Silva, 40 anos, foi encontrado morto neste domingo numa cela da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denard) em Goiânia. Ele é réu confesso do assassinato de seis jovens em Luziânia em janeiro deste ano.

Pedreiro Admar de Jesus  indicou aos policiais onde estavam os corpos

Pedreiro Admar de Jesus indicou aos policiais onde estavam os corpos

Segundo informações da delegacia, Adimar foi achado às 13 horas com um lençol amarrado ao pescoço, o que indicaria suicídio. Uma perícia técnica começou a ser feita às 14h30 no local.

Adimar foi condenado em 2005 a 10 anos de prisão por atentado violento ao pudor, mas recebeu, em dezembro, o benefício da prisão domiciliar. Solto, cometeu os crimes em Luziânia.

O caso

Entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010, seis meninos com idades entre 13 e 17 anos desapareceram misteriosamente. Eles não se conheciam, mas tinham em comum o fato de todos morarem no Parque Estrela Dalva, que concentra cerca de um quarto dos habitantes de Luziânia - quarta maior cidade de Goiás, com 203.800 moradores, segundo contagem de 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Parque Estrela Dalva está situado a 56 quilômetros de Brasília, na periferia.

Todos desapareceram de dia, após realizarem atividades de rotina. O primeiro a desaparecer, em 30 de dezembro de 2009, foi Diego Alves Rodrigues, de 13 anos. Pouco antes das 10h, ele saiu de casa no bairro para ir a uma oficina de carros e não foi mais visto.

A polícia chegou a trabalhar com a hipótese de “rebeldia típica de adolescente”. O delegado Rosivaldo Linhares disse à época que acreditava que todos os jovens estavam vivos. O núcleo de atendimento a famílias de pessoas desaparecidas da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF, que foi à cidade ajudar nas buscas, afirmou que em mais de 80% dos casos de desaparecimento os adolescentes fogem e reaparecem em até um ano.

As mães dos jovens, porém, nunca acreditaram nesta possibilidade. A copeira Sonia Vieira de Lima, mãe de Paulo Victor, que desapareceu no dia 4 de janeiro, era uma delas. "Meu filho não era rebelde e não tinha razão para fugir", disse. "Ele era carinhoso com a família, organizado e trabalhador." O perfil corresponde a quase todos os desaparecidos, segundo os parentes.