Edição nº 11/2010
A SOS DIREITOS HUMANOS entrou no ano de 2009 com uma denúncia junto à OEA - Organização dos Estados Americanos, contra o Brasil, pelo crime de desaparecimento forçado de 1000 camponeses católicos pertencentes à comunidade do Sítio Caldeirão.
A denúncia foi motivada pelo fato da ação civil pública ajuizada perante a Justiça Federal na cidade de Juazeiro do Norte/CE, ter sido arquivada sem julgamento de mérito.
A SOS DIREITOS HUMANOS luta em defesa das vítimas do Sítio Caldeirão, os quais foram mortos / assassinados / chacinados / vítimas de genocídio, por parte das forças do Exército e da Polícia Militar do Estado do Ceará no dia 10 de maio de 1937, e enterrados em COVA COLETIVA, na localidade chamada "MATA CAVALOS", na Serra do Cruzeiro, município do Crato, Ceará, Brasil.
Os militares que participaram do genocídio, foram condecorados à época, pela imensa bravura como enfrentaram e mataram crianças, adolescentes, doentes, mulheres e idosos todos indefesos e em fuga, os quais eram encarados como "perigosos socialistas", pois viviam em comunidade em harmonia e sem patrão. Atualmente, os "bravos" militares ou estão dormindo tranquilos percebendo mensalmente seus gordos soldos - pois estão na reserva-, ou já faleceram sem serem punidos pela chacina / homicídio / assassinato / genocídio que cometeram, enquanto as vítimas, continuam sem rostos, sem nomes, sem história, sem túmulos, enterrados em algum lugar secreto da Chapada do Araripe, com "areia na cara" e seus cadáveres uns sobre os outros.
Infelizmente nem o presidente Lula, nem os políticos do Ceará, nem as autoridades do Judiciário e Executivo sentem empatia com o sofrimento eterno das vítimas do Sítio Caldeirão, o que para a SOS DIREITOS HUMANOS é um enorme lástima, sendo mais um sinal de que o nordestino continua desprezado até mesmo por seus pares, e as provas deste descaso são muitas, a saber:
a - a UFC - Universidade Federal do Ceará, consegue encontrar o caminho do Araguaia para procurar os restos mortais dos guerrilheiros mas não localiza a COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão na Chapada do Araripe, no interior do Ceará.
b - a URCA - Universidade Regional do Cariri, encontra diariamente peixes fossilizados na Chapada do Araripe, mas não consegue encontrar a COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.
c - os políticos cearenses:
c.1 - protestam pela liberação dos documentos secretos da guerrilha do Araguaia, sem se importarem pelos das vítimas do Sítio Caldeirão.
c.2 - pedem a construção de um monumento em homenagem aos guerrilheiros do Araguaia e nem sequer sabem da existência da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.
d - o presidente Lula, nordestino que é, chamado de "O cara" pelo presidente Obama, e considerado o "Estadista Global" desconhece a história do Sítio Caldeirão, muito menos, a existência da COVA COLETIVA.
e - o governador do Ceará, jamais se mostrou interessado em ordenar que a Polícia Militar do Ceará informasse a localização da COVA COLETIVA.
f - os militares assassinos das vítimas do Sítio Caldeirão estão morrendo fartos de dias em suas camas confortáveis, após colherem e interromper as vidas de pessoas ainda no arvorecer da existência.
g - a igreja católica no Ceará, faz questão de ficar calada, de apenas realizar missas anuais em homenagem aos mortos do Sítio Caldeirão, sem se interessar em procurar a COVA COLETIVA e realizar enterros dignos dos mesmos.
É importante dizer que nesta luta, a SOS DIREITOS HUMANOS vem recebendo apoio somente de pessoas do povo, profissionais liberais, autônomos, jornalistas, universitários, muitos de além mar, de Portugal, Esopanha, extrangeiros, indignados com o genocídio das vítimas do Sítio Caldeirão, no interior do Ceará, pois infelizmente em nosso Estado, no Brasil, ainda impera a lei da indiferença, da discriminação, pois para muitos, quando morre um nordestino, não faz falta, e não quer dizer nada, muito menos, se o crime ocorreu na década de trinta...
E as eleições estão se avizinhando, quando políticos sociopatas e mentirosos patológicos estarão apertando as mãos do povo, beijando criancinhas, tomando café em casas de pessoas simples, prometendo para depois da posse, uma vida melhor e digna para todos...
Dr. Otoniel Ajala Dourado
Editor-Chefe da Revvista SOS DIREITOS HUMANOS
Advogado OAB/CE 9288
Presidente da SOS DIREITOS HUMANOS
Celular 55 85 8613.1197
www.sosdireitoshumanos.org.br
sosdireitoshumanos@ig.com.br
OBS: Denuncie violações de Direitos Humanos, via email ou celular, pois se ninguém lhe ouve ou defende, você pode contar conosco, com a SOS DIREITOS HUMANOS.
A seguir a reportagem sobre o pedido do presidente Lula para que a OEA arquivasse a denúncia sobre o crime do Araguaia:
Brasil pede arquivamento de ação sobre Araguaia na OEA
RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio
O governo do Brasil pediu o arquivamento de ação sobre a Guerrilha do Araguaia na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos). O processo foi aberto em abril.
Apesar do pedido de arquivamento, o governo já pagou indenizações de cerca de R$ 100 mil a quase todas as famílias de mortos no Araguaia, o que implica o reconhecimento de responsabilidade do Estado.
A ação foi movida pelo Cejil (Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional), o Grupo Tortura Nunca Mais-RJ e a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos de São Paulo. As entidades pedem a condenação do Brasil por crime de lesa-humanidade.
O movimento armado foi organizado pelo PC do B contra a ditadura militar (1964-1985), na região do Bico do Papagaio (entre TO, PA e MA), e extinto pelas Forças Armadas em 1974.
Para a diretora do Cejil no Brasil, Beatriz Affonso, é contraditório e causa "surpresa e decepção que o Estado não tenha feito o reconhecimento internacional do caso, apesar de ter feito o reconhecimento internamente".
Ela se refere também ao fato de o presidente Lula ter reconhecido a responsabilidade do Estado sobre os mortos e desaparecidos.
De acordo com a ação, o Exército violou direitos da comunidade, torturou moradores da região e executou guerrilheiros sob custódia, sem direito a defesa.
Na opinião do Tortura Nunca Mais-RJ, a criação de uma Comissão de Verdade, a ser anunciada segunda-feira pelo governo brasileiro, é uma reação à pressão criada pelo processo na OEA.
A Advocacia-Geral da União disse ter recorrido alegando "perda de objeto". Segundo a AGU, há outra ação semelhante na Justiça Federal já julgada procedente.
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